:root { --editorial-color: #556373; } body { writing-mode: horizontal-tb; font-family: var(--font-family-primary, sans-serif), sans-serif; }
Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Blog do Heródoto

Crise dos mísseis de Cuba volta ao debate em meio à tensão entre potências

Movimentação secreta da União Soviética em 1962 relembra os riscos de conflito nuclear, agora reacendidos por disputas entre Rússia, China e Estados Unidos

Heródoto Barbeiro|Heródoto Barbeiro

Crise dos mísseis de Cuba volta ao debate em meio à tensão entre potências Imagem gerada pelo ChatGPT

Ninguém podia imaginar o que continham aqueles caixotes de madeira. Os objetos embalados foram produzidos em segredo militar, transportados por trem e caminhão até o porto de destino. É importante que o inimigo não saiba da capacidade bélica e impeça o sucesso de uma operação que se inicia como resposta a uma grande potência militar.

Contra a força, a razão, a criatividade e o empenho de conseguir a vitória. É mais do que uma disputa pela liderança geopolítica – é uma tentativa de ameaçar o adversário e mostrar que, por mais defesa que tenha, ele não tem condições de verificar e fiscalizar qualquer movimentação que possa pôr em xeque a sua defesa natural.

Pode parecer um filme de Hollywood, ou Bollywood, mas não é. É uma operação que custa dinheiro e precisa do máximo sigilo. É um jogo que não pode ter perdedor. E os dois não podem ganhar simultaneamente.

Os jornalistas e veículos de comunicação são pegos de surpresa. As informações dos serviços secretos falharam, assim como falharam em 1941, quando o Japão se armou e atacou a base naval de Pearl Harbor. O impacto foi devastador no moral americano. Mas agora é diferente. O mundo todo acompanha as escaramuças de lado a lado e torce para que o confronto não se torne uma guerra nuclear.


Afinal, os arsenais estão abarrotados de ogivas capazes de acabar não só com o inimigo, mas com toda a população do planeta Terra. A ONU não tem condições de intervir. As potências têm o direito de veto no Conselho de Segurança e nada que possa contrariar os seus membros avança.

veja também

Os caixotes são desembarcados e, por fora, uma inscrição em russo rotula a mercadoria como material plástico para drenagem de água. Os estivadores estranham que o plástico pese tanto, como se os tubos fossem de aço. Com o maior cuidado, os comboios de caminhões avançam com carretas de 35 metros. A estrada não comporta – foi preciso reforçar as pontes, refazer as curvas fechadas e impedir que as populações próximas da estrada soubessem do que se trata.


Apesar de todo cuidado e segredo, não dá para esconder centenas de técnicos, engenheiros e militares armados com armas russas. E que falam russo, e não espanhol. O líder da revolução cubana, Fidel Castro, acompanha com entusiasmo a instalação de foguetes de médio alcance capazes de carregar bombas atômicas.

Os mísseis têm alcance aproximado de 1.600 quilômetros e podem atingir a Casa Branca, em Washington, ou a Times Square, em Nova York. É um troco bem dado no imperialismo americano, que implantou um bloqueio à ilha quando falhou a tentativa de invasão de exilados cubanos da Flórida.


Fidel está exultante – foi graças à pressão do Tio Sam que ele e seu regime se atiraram nos braços do soviético. Os yankees só saberiam da instalação da base russa em Cuba quando fosse do interesse dos soviéticos. Por isso é preciso sigilo.

Um avião espião americano voa em grande altitude sobre a ilha e manda fotos para o Pentágono. O presidente Kennedy é informado de que a Guerra Fria bate à sua porta. O avião é um U2, que não toca guitarra nem bateria.

Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.